sexta-feira, 18 de agosto de 2017

tempos ferozes

Chegando à marisqueira Florbela, vejo na esplanada, como sempre, já que acho ter ele lugar cativo como nos estádios, faça chuva ou faça sol, o castiço velhote do chapéu e fato completo, em alegre cavaqueira com um homem com ar bem disposto já entrado na idade. Até aqui tudo jóia.
Eis senão quando o cavalheiro se dirige a mim fazendo-me parar.
- Bom dia! Gostava de lhe deixar estes folhetos sobre o Reino de Deus...
Interrompi - obrigada mas não, porque não vou ler.
- Porquê? Insistiu.
Porque não quero. 
Olhou-me como se tivesse acabado de ouvir uma blasfémia e eu segui caminho. 
Foram mais duas as abordagens até ao metro. Neguei mais duas vezes receber panfletos.
Hoje a angariação religiosa de fiéis pelas minhas bandas está feroz.
Isto pode querer dizer alguma coisa. O que será?

m.c.s.

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